Falabella, uma das maiores empresas no setor de varejo do Chile, detectou compras ilegais; Promotoria abriu investigação
por Terra - Tulio Kruse
15 jul 2020
A rede de lojas Falabella, gigante do setor de varejo no Chile,
denunciou 26 pessoas por utilizar cartões de crédito do presidente Jair
Bolsonaro e de seus filhos para compras ilegais.
Um inquérito sobre o caso foi aberto em uma Promotoria da zona
metropolitana de Santiago para investigar o crime de fraude em cartões
de crédito.
Segundo a denúncia, funcionários da Falabella teriam
utilizado dados de cartões de crédito para fazer compras ilegais no
próprio site da empresa.
As fraudes tiveram início a partir do dia 1º de junho, segundo a Promotoria.
"Os denunciados seriam empregados ou membros de marcas vinculadas à Fabella", informou a Promotoria Central Norte ao Estadão.
"Abrimos uma investigação pelo delito de uso fraudulento de cartão de
crédito contra 26 pessoas imputadas por utilizar os cartões bancários do
presidente Bolsonaro e seus filhos."
Após um pedido do promotor
responsável pelo caso, Jaime Retamal, o caso também será investigado em
um departamento especializado em cibercrimes da polícia chilena.
Segundo a imprensa chilena, as fraudes utilizaram os dados bancários do
vereador Carlos Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro, além do próprio
presidente.
Os três foram alvo de vazamentos de informações do
grupo Anonymous, que divulgou em redes sociais números de telefone,
endereços e documentos de identidade da família.
A empresa teria detectado 27 mil ordens de compra suspeitas em seu site.
Nas lojas de departamento da Falabella são vendidos desde computadores e
smartphones até peças de roupa, eletrodomésticos e itens de decoração.
No Chile, as penas para o crime de fraude em cartão de crédito vão de
541 dias até cinco anos de prisão, além de multas que chegam ao triplo
do valor fraudado.
A lei que define as punições para este tipo de fraude no país acabam de ser alteradas, com aumento do tempo de pena.