Ao
longo de 2 anos, investigação do MP identificou a compra de carros,
fazendas, imóveis de luxo e até apartamentos fora do Estado (como em São
Paulo) com recursos supostamente desviados da Associação Filhos do Pai
Eterno (Afipe).
Fonte: Folha Z - 21, agosto, 2020
Integrantes do
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do
Ministério Público de Goiás apresentaram detalhes da Operação Vendilhões em entrevista coletiva na tarde desta 6ª feira (21).
A investigação apura desvios de recursos de doações e dízimos da
Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), esquema que, segundo o MP,
seria liderado pelo padre Robson de Oliveira.
Durante a manhã, foram
cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede da Afipe, empresas e
residências, de Goiânia e Trindade.
De acordo com o promotor de
Justiça Sebastião Marcos, a operação já estava autorizada e pronta desde
março, mas ficou em sigilo e suspensa até hoje devido à pandemia da
covid-19.
Agora, os documentos e discos rígidos buscados serão
analisados para apurar a legalidade ou não de R$ 1,7 bilhão em
movimentações suspeitas.
“Identificamos uma grande teia de
movimentações financeiras de valores altíssimos. A associação estava
agindo como uma empresa”, apontou o promotor.
Ao longo de 2 anos, a
investigação identificou a compra de carros, fazendas, imóveis de luxo e
até apartamentos fora do Estado, como em São Paulo.
Com isso,
“inúmeras pessoas próximas da Afipe demonstraram um aumento patrimonial
significativo, possivelmente ilegal”, conforme explicou o promotor.
Os crimes apurados, até o momento, são os de organização criminosa,
apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e
sonegação fiscal.
A pedido do Ministério Público, foram bloqueados R$ 60 milhões em dinheiro e imóveis ligados à associação.
Segundo o MP, muitos nomes envolvidos ainda estão sob investigação.