12 de julho de 2020, 12h46
Por Luiza Calegari - Conjur
O ex-deputado Nelson Meurer (PP-PR) morreu na prisão neste domingo (12/7), após contrair Covid-19.
Meurer, que foi o primeiro condenado pelo Supremo Tribunal Federal na
"lava jato", também tinha hipertensão, diabetes e tinha passado por
cirurgia de ponte de safena, segundo seus advogados Michel Saliba e
Alexandre Jobim.
Meurer tinha 78
anos, e seu estado frágil de saúde foi ressaltado em um pedido de prisão
domiciliar apresentado em março pela defesa ao ministro Luiz Edson
Fachin, relator da Ação Penal 996. Fachin negou o pedido em abril.
"Nada obstante o requerente esteja enquadrado em grupo considerado de
maior vulnerabilidade em caso de contágio, constata-se que o Juízo da
Vara de Execuções Penais de Francisco Beltrão informou a adoção de
providências alinhadas à Recomendação n. 62/2020 do Conselho Nacional de
Justiça, como a suspensão de visitas a sentenciados que se encontram na
Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, a qual "não se encontra
com ocupação superior à capacidade", destacando, ainda, a existência de
"equipe de saúde lotada no estabelecimento"", escreveu o ministro na
decisão.
Saúde e prisão
Meurer estava preso na Penitenciária
Estadual de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, onde cumpria pena
de 13 anos e 9 meses, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Entre os problemas de saúde apontados pela defesa ao Supremo, constavam
cardiopatia grave com comprometimento coronariano, carotídeo, valvular
aórtico, marca-passo artificial, disfunção isquêmica, diabetes
insulinodependente, hiperplasia prostática benigna e insuficiência renal
crônica não-dialítica.
Apesar de o Supremo ter declarado "estado de
coisas inconstitucional" no sistema carcerário brasileiro, no
julgamento da ADPF 347, em 2015, Fachin entendeu que as medidas básicas
de prevenção e a disponibilidade de atendimento primário na
penitenciária paranaense eram suficientes para afastar a necessidade de
concessão de domiciliar.