MPF processa pastor Valdomiro por prometer cura da Covid-19
O MPF (Ministério Público Federal) ajuizou ação civil pública contra o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, pastor Valdemiro Santiago, pela venda de sementes de feijão com a falsa promessa que curariam a Covid-19.
Na ação, é pedida uma indenização de R$ 300 mil por danos
sociais e coletivos que teriam sido causados pela prática.
Segundo o MPF, Santiago divulgou vídeos em que afirma que ao plantar os feijões as pessoas seriam curadas da doença causada pelo novo coronavírus.
Os grãos eram vendidos, ainda de acordo com a promotoria,
por valores que variavam de R$ 100 a R$ 1 mil.
Em um trecho do vídeo, transcrito na ação, o pastor diz que laudos médicos comprovariam a eficácia dos feijões.
"Você que me escuta aí e agora, cê viu na última
reunião de bispos e pastores ? Apresentando com exame, um laudo médico, de
gente curada de coronavírus, em estado terminal né, podemos dizer
assim…gravíssimo, num estado muito avançado e Deus operou e fez maravilhas … E
tá ali o exame para quem quiser”, diz Santiago, segundo transcrição de sua fala
incluída na ação.
Para o Ministério Público, Santiago abusou da fé das pessoas para conseguir dinheiro.
"No contexto em que foram proferidas as declarações
resta evidente a prática abusiva da liberdade religiosa, na medida que
incentiva os supostos fiéis ou interessados na aquisição das sementes de
feijão, na crença de estarem curados, inclusive com o objetivo de angariar
recursos financeiros dos fiéis”, diz o MPF.
A Agência Brasil não conseguiu contato com o pastor Valdemiro Santiago ou sua assessoria para comentar o caso.
Daniel Mello/Agência Brasil